Dificuldades de Fala e Autoestima: qual é a ligação?

Falar vai além dos sons: é comunicação, relação social e expressão pessoal. Quando uma criança enfrenta dificuldades de fala ou linguagem, isso pode afetar como ela se sente e se vê — a sua autoestima.

Evidências científicas que relacionam a fala, linguagem e autoestima

• Um estudo com crianças com Specific Language Impairment (SLI ou PDL) mostrou que, em idades mais avançadas (10-13 anos), as crianças tendem a ter percepções mais negativas em áreas como competência escolar, aceitação social e comportamento, comparado com pares sem dificuldades.

• Crianças que gaguejam (disfluência da fala) demonstram risco aumentado de baixa autoestima e ansiedade, especialmente em domínios gerais e académicos.

• Crianças com residual speech errors (erros persistentes de articulação) relatam mais desafios sociais, emocionais e académicos do que pares sem alterações dos sons da fala.

• Em contextos de fala / linguagem, os pais frequentemente relatam dificuldades na saúde mental de crianças com PDL (Perturbação do Desenvolvimento da Linguagem), por falta de adaptação dos apoios psicológicos às necessidades comunicativas.

• Em adultos e adolescentes que gaguejam, há evidências de que a gaguez influencia o desenvolvimento da identidade pessoal e da autoestima ao longo do tempo.

Como a Terapia da Fala pode fazer a diferença

• Ao melhorar a clareza da comunicação e reduzir dificuldades, a criança sente-se mais compreendida e confortável ao expressar-se.

• O progresso em terapia gera experiências positivas (sucesso ao comunicar-se) que fortalecem a autoestima.

• A intervenção ideal muitas vezes integra não só o treino da fala, mas também estratégias emocionais — por exemplo, fortalecer o autoconceito, lidar com ansiedade social e desenvolver resiliência.

• Em colaboração com psicólogos, educadores, professores e pais, a intervenção será mais eficaz e completa estendida a todos os contextos da criança/ jovem.

As dificuldades de fala e linguagem podem ter impacto real e duradouro na autoestima, não só por limitarem a expressão verbal, mas por afetarem as relações sociais, o sucesso escolar e o modo como a criança se vê no mundo.

Se suspeita que o seu filho está a enfrentar esse tipo de desafio — ou já observa sinais de insegurança, evitamento de fala ou frustração — é importante procurar uma avaliação em Terapia da Fala. A intervenção precoce e bem feita pode fortalecer não apenas a comunicação, mas também a confiança, a autoestima e o bem-estar emocional.